Exmºs Srs.,
Tomei conhecimento do comunicado que foi publicado por Vossas Excelências no dia 13 de Novembro, Domingo, sobre as declarações da Dra. Maria José Vilaça à Revista Família Cristã.
No seguimento da leitura do dito comunicado não posso deixar de comunicar à Ordem dos Psicólogos Portugueses o meu profundo desagrada por uma ordem profissional se juntar à "multidão" que quer silenciar a opinião pessoal de uma Psicóloga profissional. Seria de esperar que a Ordem fosse a primeira linha de defesa do direito dos psicólogos à liberdade de expressão.
Não é compreensível que, passados mais de quarenta anos sobre o fim da censura em Portugal, um organismo público venha tentar censurar um dos seus membros por declarações feitas à imprensa.
A reacção da Ordem dos Psicólogos, tomada a um Domingo por um comunicado assinada pela Direcção sem ter sido ouvida a pessoa em questão, não pode deixar de levantar a questão de saber se existe liberdade pensamento dentro da OPP ou se pelo contrário estão os membros da Ordem obrigados a concordar com a ideologia da direcção, sob pena de serem publicamente humilhados e profissionalmente sancionados.
Venho assim pedir a Vossa Excelências que:
- Retirem o participação feita ao Conselho Jurisdicional contra a Dra. Maria José Vilaça;
- Tornem pública a acta da reunião da direcção na qual foi decidido o teor do comunicado publicado;
- Seja feito um pedido público desculpas à Dra. Maria José Vilaça pelas acusações que lhe foram imputadas pela direcção da Ordem e pela ofensa à sua reputação profissional.
Sem estas medidas ficará a Direcção, assim como a própria Ordem, associada a práticas de perseguição ideológica e de abuso de autoridade, trazendo à memória os tempos onde em Portugal não havia direito á liberdade de expressão nem ao livre exercício da profissão.
Com os melhores cumprimentos, na esperança da resolução deste mal-entendido.